Página inicial  >Crédito tem maior ritmo desde maio de 2023
Crédito tem maior ritmo desde maio de 2023

Crédito tem maior ritmo desde maio de 2023

Crédito tem maior ritmo desde maio de 2023

O mercado de crédito teve em outubro a maior taxa de crescimento anual desde maio de 2023, apesar da alta do custo de captação dos bancos e do novo ciclo de aperto monetário pelo Banco Central. Os juros médios do crédito direcionado — aquele cujos recursos têm de ser destinados a linhas específicas — tiveram alta mais expressiva, puxados pelas taxas das operações do BNDES.

Leia também:

  • Taxa de juros do cartão de crédito sobe a 438,9% em outubro para o cliente rotativo
  • Concessões de crédito imobiliário caem 5,8% em outubro, diz BC

Dados do BC mostram alta nos custos dos empréstimos bancários de 27,6% em setembro para 28,1% ao ano em outubro. O juro do crédito direcionado subiu de 10% para 10,8%, enquanto nas operações livremente pactuadas pelo mercado passou de 39,9% para 40,2%.

As taxas mais altas ainda não tiveram impacto expressivo nas operações. O estoque de crédito subiu 0,7%, enquanto as concessões cresceram 1,4% na comparação com setembro nas estatísticas que eliminam fatores sazonais. Uma exceção importante ficou por conta do crédito imobiliário, cujas concessões caíram de R$ 20,7 bilhões para R$ 19,5 bilhões, refletindo a restrição no funding da poupança. Conforme já noticiou o Valor, é esperada uma desaceleração da modalidade.

O saldo total do crédito atingiu R$ 6,25 trilhões no fim de outubro, o que representa uma taxa de crescimento de 10,8% em 12 meses. Em setembro, a taxa foi de 10,5%. O chefe do departamento de estatísticas do BC, Fernando Rocha, destacou que houve aceleração nos dois meses. O ritmo de outubro é o mais forte desde maio de 2023.

“A mensagem que consigo extrair da evolução do saldo no período mais longo é que o crédito do Sistema Financeiro Nacional acelerou novamente em outubro e essa mensuração é robusta para praticamente qualquer desagregação que a gente faça”, disse.

Um destaque foram as concessões de crédito do BNDES, que somaram R$ 10,3 bilhões, um incremento de 85% em relação ao mês anterior. Os juros médios das operações do banco de fomento saltaram de 9,9% para 13,8%.

O aumento das concessões de crédito no país em outubro se deu mesmo com a elevação da taxa média de juros ao maior nível desde março, quando estava em 28,2% ao ano. Por outro lado, em 12 meses, o BC ainda registrou uma queda na taxa média de 1,2 ponto.

Houve crescimento mensal de 1,3 ponto na média cobrada de pessoas jurídicas, que chegou a 19%. O patamar ainda está abaixo dos 19,8% cobrados em outubro do ano passado. A taxa para pessoas físicas se manteve no nível de 32,4% entre setembro e outubro e em 12 meses, caiu 1,8 ponto.

Já a taxa de juros de crédito livre cresceu de 39,9% para 40,2% ao ano no mês “fundamentalmente em função da elevação dos juros das pessoas jurídicas”, segundo Rocha. Houve estabilidade nas taxas cobradas de pessoas físicas nesse tipo de operação.

Alberto Ramos, diretor de pesquisa econômica para América Latina do Goldman Sachs, disse em nota que a expectativa é que as condições de crédito enfrentem desafios nos próximos meses pelas condições monetárias mais apertadas. No entanto, o economista menciona a concessão de crédito por bancos públicos como um fator para apoiar o ciclo de crédito.

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros de 10,75% para 11,25% ao ano na última reunião. O colegiado não fez orientações para o futuro da política monetária e deve tomar a decisão a cada reunião, a depender dos dados econômicos. No mercado, já há expectativas de que a elevação acelere e a Selic chegue a 12% ao ano ainda em 2024.

Nesse quadro, a inadimplência continua estável em 3,2%, mesmo patamar desde junho. Para pessoas físicas, ficou em 3,7% e para pessoas jurídicas, 2,3%. Sebastian Alberti, analista da Nippur Finance, aponta que, apesar da estabilidade do indicador, o aumento das operações de crédito pode sinalizar uma elevação nas transações voltadas ao refinanciamento de dívidas.

“É importante lembrar que existe um intervalo de tempo entre o aumento das taxas de juros e os primeiros reflexos desse movimento, que devem ser sentidos nos próximos meses. Além disso, um olhar mais criterioso das instituições financeiras deve dificultar o acesso ao crédito”, disse Alberti.

— Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Revisão do touro da fortuna Fonte do artigo:jogos de loteria Nordeste